Quem é o ego? Sua natureza é...
Quem é o ego? Sua natureza é...
Eu fiz alguns
comentários com a letra azul.
Esta nuvem, que passa lentamente, inspira piedade!
Que sonâmbulos somos todos nós!
Acordados, há uma única grande verdade:
Chuva negra no teto do templo.
(Dogen Zenji)’
Há uma história sobre um rei que
morava nos úmidos e escuros porões de seu magnífico palácio. Seus criados traziam-lhe relatos sobre a beleza do palácio e dos campos
circunvizinhos, mas ele se recusava a ouvir essas loucas divagações.
Não seria tão tolo a ponto de cair
numa dessas histórias! Dessa maneira, vezes e vezes seguidas ele recusou-se até
mesmo a olhar para o que havia acima dos porões e passou toda a sua vida em
semi-escuridão.
A vida, segundo a metafísica, é
exatamente da forma como queremos que ela seja. Nosso Eu Superior está ansioso
por dar-nos uma vida cheia de amor, alegria, sucesso e abundância; entretanto,
ele não fará isso até dizermos “Sim” e pararmos de voltar as costas para ele.
Dia após dia, preferimos os porões mal-iluminados.
Por que agimos assim’? Que tipo de
louco iria preferir passar por dificuldades? Por que nos apegamos à
infelicidade e ao infortúnio? Qual é a hera venenosa que. com tanto zelo, monta
guarda na nossa sombria fortaleza?
Vamos ceifando nossos
sonhos, a nossa fé, a esperança,a inocência, nos tornando endurecidos para não
sofrer, reativos, agressivos, sem tolerância, sem empatia – um “homem ou uma
mulher de negócio” e assim, vamos escurecendo nossos horizontes com a tristeza ,
com
a ingratidão até o dia que tomamos “as bolinhas coloridas” de muitos nomes...
para nos dá alegria de viver, no lugar daquelas plantinhas que pisamos com
arrogância, com ingratidão que tinham o
poder de nos dar força para seguir.
Conquanto possamos enganar a nós
mesmos com a explicação de que o mundo “lá fora”
cria os nossos problemas, a fonte de todos os nossos sofrimentos, na verdade, é
o Ego.
O Ego é o nosso egoísmo,
é o eu limitado, inconsciente e quando está separado da Alma e da Unidade, não
consegue enxergar um palmo à frente do nariz, está cego.
O Ego revela a memória distorcida dos nossos
registros do passado, que nos leva a repetir nossos erros, tece nosso carma,
com a separação que o ego-ísmo orquestra e muitas vezes é o nosso sabotador
interno, o nosso pior inimigo, ele é uma multidão (vários eus) que nos confina
nos porões escuros do egocentrismo da nossa mente.
O ego que ser o melhor,
o maior, ou o menor de todos, ter poder, controle, e a dominação... quer tudo
para ele, sua arrogância, ambição, sua vaidade, seu orgulho, não admite ouvir ninguém - afinal
“tudo ele sabe”;
e ele cria uma couraça para se defender, e ai vem a separação da
unidade, da luz, e quanto mais egoísta, maior é a sua escuridão, sua ignorância
e está possuído pela inércia do carma.
E gira na “roda da vida” com todos os
ego-ístas e vivem uma vida de cobranças, punição, violência, exploração e a
roda vai esmagando as multidões que seguem movidos pela lei do karma.
Saraydarian nos fala da nossa
natureza: “Podemos compreender mais claramente as fontes das crises recordando
a história de Krishna, que lemos na narração do Bhagavad Gita.
Conta-se que houve uma grande guerra
e que dois exércitos
começaram a se enfrentar no campo
de batalha. Arjuna foi estimulado pelo seu Mestre, Krishna, a unir-se ao
exército composto de pessoas nobres e em evolução. O outro exército era formado
de pessoas cristalizadas, reacionárias e retrógradas.
Ao ser conduzido num carro a fim de
permanecer no centro dos dois exércitos, surpreendeu-se Arjuna vendo que ambos
os lados eram formados por seus parentes, amigos e mestres.
Voltando-se para Krishna, disse:
Ó Krishna, ó Infalível, vendo todos
estes parentes amontoados aqui e prontos para lutar, meus membros fraquejam, e
seca-se a minha boca. Estremeço todo e meus cabelos se arrepiam.
Krishna adverte-o, dizendo:
“Num momento tão difícil, como pode tamanha covardia abatê-lo, a você,
o maior dos guerreiros? A covardia não é dom dos nobres: é vergonhosa, e não
leva à conquista nem do céu nem da terra.
Graças a isso, surgiu grande
oportunidade para Arjuna através de uma crise. Os exércitos que se enfrentavam
representavam simbolicamente os elementos positivo e negativo da natureza de
Arjuna. Eis alguns deles:
Exército Negativo Exército Positivo
Ódio.......................................
amor-compaixão
Raiva.....................................
compreensão
Medo.......................................
intrepidez
Ciúme....................................
participação
Vingança...............................
perdão
Vaidade................................
sentido de realidade
Egoísmo.............................
espírito de abrangência
Separação...........................
unidade
Feiúra.................................
beleza
má vontade...................... boa
vontade
injustiça...........................
justiça
depressão.....................
alegria
imposição....................
desafio
cristalização.................
crescimento
inércia........................ação,
empenho
estupidez...................
vontade de progredir
falta de asseio...........
disciplina
escravidão.................
liberdade